Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Porquê amoras? Porquê panquecas? A receita é simples: porque as amoras são frutos pequenos, mas mesmo assim selvagens e doces. Porque as panquecas são saborosas e igualmente doces... Tudo o que este blog gostava de ter: pensamentos doces e selvagens.
Há uns dias atrás andava a vaguear por um blog que encontrei e, numa das suas postagens, o autor tinha decidido dissertar sobre as palavras... ao início não percebi bem onde é que aquilo ia dar, mas embarquei na leitura e cheguei ao fim totalmente embevecida com aquelas linhas!
Ele falava da magia das palavras, da sua capacidade de significar tanta coisa, sem deixar de ser a mesma palavra... referia ainda o facto de nós não possuirmos as palavras, apenas as dispomos alinhadas umas ao lado das outras na esperança de que elas façam sentido...
Foi um "post" excepcional, que demonstra grande capacidade de "dispor as palavras, alinhadas umas ao lado das outras".
Tenho andado a estudar Filosofia e num dos temas é dito que para pensar usamos as palavras, são elas que exprimem os nossos pensamentos e que estabelecem as ligações entre as nossas representações mentais. Se pararmos um pouco para pensar, chegamos à conclusão de que uma coisa tão simples, como uma palavra, pode ter uma magnitude tão grande.
Palavras... as palavras estão em todo o lado, em cada cantinho das nossas vidas e sem darmos por isso são, talvez, o nosso bem mais precioso! Com as palavras podemos dizer aquilo que pensamos, podemos exprimir aos outros os nossos "sorrisos", as nossas lágrimas, podemos envolvê-las em magia e mistério e criar coisas tão belas e tão sublimes...
O que seria de nós sem as palavras?
Não precisamos de ser génios para criar textos lindos (que "a crítica aplauda"). Basta deixar que sejam as palavras que nos guiem, basta dar-lhes espaço e admirá-las de coração aberto...
Basta amar as palavras...
Tenho andado a revolver e revolver a minha imaginação para ver se encontrava algo interessante sobre o que falar, mas não surgia nada! Porém, hoje, ouvi, na minha opinião, um dos mais belos elogios que alguém pode dizer a outro alguém: um elogio sobre o olhar dessa pessoa, sobre o brilho do seu olhar.
À primeira vista, pode parecer uma referência ao tão discutido (e por vezes criticado) conceito de aspecto exterior, mas eu não o encarei como tal. Para mim, os olhos são o espelho da alma. São uma das mais belas coisas criadas!
O olhar é algo de mágico, misterioso. Com ele conseguimos captar a atenção de alguém; dizer tudo o que sentimos cá por dentro, sem proferir uma palavra,... Com o olhar temos a certeza de que o nosso intimo está seguro, pois só aqueles que nos compreendem é que saberão interpretar o seu brilho.
Neste momento não consigo conceber nada mais delicioso que olhar para alguém e ver aquele brilhozinho de felicidade, aquele "não sei o quê" difícil de definir e apaixonante! É como um filme em que tudo se move, mas não ouvimos qualquer som; somos simples espectadores que captam tudo e desfrutam o momento sem necessidade de intervir...
O dia foi cheio de sol, quente, e que tal aproveitar uma sugestão da minha mãe e escrever sobre uma ida que fiz ao Chiado?
Convém começar pelo princípio: há duas semanas atrás fui ao Chiado para cortar o cabelo. Fui sozinha e a minha mãe mais tarde foi ter comigo. Como só tinha marcado para as 18 horas e a minha boleia deixou-me em Lisboa por voltas das 16h, decidi sentar-me na esplanada do mítico café "A Brasileira"...
Enquanto subia o elevador de Santa Justa e depois a rua Garrett, pensava para comigo mesma que os transeuntes deviam estar a perguntar-se se eu não seria "maluquinha", tal não era o meu sorriso de contentamento! Não sei bem explicar, mas Lisboa tem em mim um efeito mágico, que me faz ver em cada esquina, cada rua, cada pessoa, uma maravilha inexplorada, algo simples, sublime e puro.
Já sentada na esplanada, pus-me a absorver tudo o que se passava à minha volta: os turistas estrangeiros que passeavam de mapa na mão (tinha vontade de interpelá-los e perguntar se estavam a gostar do nosso país e dizer-lhes também que aquela zona da cidade era maravilhosamente bela), os "saltimbancos" que procuravam algumas moedas dos transeuntes, as pessoas a saírem dos empregos, meros turistas de ocasião que por ai deambulavam. Toda esta mistura me fascinava! Como tantas coisas tão diferentes entre si coexistem e contribuem (muito provavelmente sem se aperceber) par formar a beleza da cidade - que, a meu ver, é a alma do povo português.
Experimentem ficar incógnitos no meio da multidão a admirar o vaivém de pessoas que percorre aquela zona... É uma sensação radiante, que nos inflama o peito de orgulho se ser português... Experimentem vão ver que não se arrependem...