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PAREM!

por Sakura, em 10.03.07
Nem acreditei quando vi! A data da última postagem feita neste blog era de 31 de Janeiro... que vergonha. Poderia tentar arranjar inúmeras justificações ou até escudar-me no imenso trabalho da escola... Mas não é isso que interessa e o que me trouxe aqui foi outro assunto, a meu ver, bem mais interessante.
Uma série de acontecimentos - o estudo da guerra colonial na disciplina de História, o filme recentemente estreado nos cinemas "Diamante de Sangue", o filme "Lord of War" - levaram-me a reflectir seriamente (talvez pela primeira vez) sobre a guerra em África.
Esta é, para mim, uma das faces mais marcantes e incompreensíveis (se é que alguma vez se pode compreender algo na guerra) dos confrontos bélicos.
Os povos africanos nascem, vivem e morrem na pobreza; sem um sentido de unidade e nacionalidade que os ligue. E são os chamados movimentos de libertação que tentam alterar esta realidade, lutando pela independência.
Contudo, as palavras do meu livro de História vão ao centro da questão: «Frequentemente, estes movimentos têm dificuldade em promover a coesão e a participação das populações, divididas por uma multiplicidade de etnias que os interesses do colonialismo não respeitaram. Com o fim de criarem um sentimento de identidade nacional e de fazerem reviver o orgulho perdido, os líderes nacionalistas promovem a revalorização das raízes ancestrais do seu povo, a sua cultura comum...». Tudo isto parece muito belo e virtuoso mas o problema é as deturpações que estes ideais sofreram na realidade.
Comecemos pelo plano de luta: na maioria das vezes estes movimentos optam pela via das armas para verem cumpridos os seus objectivos, dando início a intermináveis e sangrentos confrontos. Mas ainda agora começámos a enumerar... Outra coisa que "não me entra na cabeça" é o facto de muitos destes movimentos enveredarem por autenticas chacinas (desculpem, mas não têm outro nome) de aldeias, vilas, povos, somente porque não pertencem à sua tribo! Acusam os países ocidentais de etnocêntricos e isto é o quê senão etnocentrismo puro! Que legitimidade têm eles para, em nome de uma suposta coesão e tradição ancestral, tirar a vida a crianças, mulheres, idosos e homens, que o único "mal" que fizeram foi nascerem num local diferente dos que têm as armas...
E agora sim, o que realmente me revolta: os "senhores do dinheiro" financiarem estes movimentos, não porque acreditem nas suas convicções, mas sim porque estas guerrilhas e instabilidades governativas são óptimas para a sua exploração de petróleo, ouro e diamantes... Sinceramente entristece-me que consigam dormir descansados, sabendo que o "fornecimento" enviado vai matar bebés, deixar crianças orfãs, separar famílias e deixar outros tantos seres humanos sem um braço, perna ou outro qualquer parte do corpo... Desculpem-me mas COMO PODEM TER A CONSCIÊNCIA LIMPA???? Não compreendo, não aceito, não entendo...

Quem somos nós afinal? Como conseguimos viver indiferentes nos nossos jactos privados, limusinas, ao mesmo tempo que num país não tão longínquo mães gritam desesperadas segurando os filhos mutilados nos braços?

Por favor, somos TODOS seres humanos! Acabem com isto! Mostrem que somos mais do que simples animais com a capacidade se saber utilizar telemóveis...

Aconselho-vos a ver os filmes "Shooting Dogs", "Diamante de Sangue" e "Lord of War". Vejam-nos e depois digam-me se conseguem permanecer calados...

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Quem é a Sakura?

O meu nome é Raquel Lemos. Sakura significa “Flor de Cerejeira” em japonês; escolhi-o pela sua sonoridade e pela beleza das flores de cerejeira. A ideia de criar um blogue nasceu da pergunta «E porque não?»; admito que não venho aqui muitas vezes para escrever... o Blackberry Pancakes funciona mais como uma terapia: pequenas ideias que vou deixando (que se não revolucionam o planeta, ao menos revolucionam o meu mundo!) Obrigada a todos!


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