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Porquê amoras? Porquê panquecas? A receita é simples: porque as amoras são frutos pequenos, mas mesmo assim selvagens e doces. Porque as panquecas são saborosas e igualmente doces... Tudo o que este blog gostava de ter: pensamentos doces e selvagens.
Depois do Natal, gosto particularmente do Ano Novo. Gosto de acontecimentos que nos permitam um virar de página, a possibilidade de começar de novo. E, para mim, basta o mudar de calendário para que exista essa possibilidade. Gosto da ideia de superação.
Não sou muito dada a análises do que ficou para trás, do que fiz (ou não fiz), do que deveria ter feito, do que não deveria ter feito... Não gosto de me deixar levar por essas linhas de pensamento: o tico e o teco já são suficientemente maluquinhos, fará com essas "aventuras". Não sou de fazer resoluções: gosto de deixar o livro em aberto e todos os dias tentar ser melhor.
Mas gosto do Ano Novo. Adoro, quando batem as doze badaladas, inspirar fundo e pensar "Bem-vindo Novo Ano! Vamos a isso!".
Geralmente, reparto os desejos das minhas passas por aqueles que amo. Os meus desejos são deles também. A minha felicidade passa pela felicidade deles. Creio que pela primeira vez, irei fazer uma lista de 12 desejos. Apontar num papelinho tudo aquilo que quero desejar para 2014 - para mim e para os meus - para que nada falhe.
2014, reserva-me algumas provas de fogo: se tudo correr como planeado, defendo a minha tese de mestrado, faço as provas de agregação à Ordem dos Advogados e todas as consequências que daí decorrem! Sinto no ar um cheiro de mudança... e vou lutar com unhas e dentes para que seja uma mudança para melhor. O escrever de uma nova história. E, por favor, que esses ventos de mudança e boa sorte se extendam também aos restantes Somel.
A vocês que estão desse lado, que há muito tempo nos vêm visitar, ou só mais recentemente, desejo um 2014 simplesmente maravilhoso!
Este é um assunto de amores e ódios: quando as marcas fazem acções de solidariedade. Já li muitos comentários dizendo que não é um acto altruísta, que tem o objectivo de auto-promoção, que não estão preocupados em ajudar ninguém, mas sim em mostrar que são "bonzinhos" e, com isso, levarem as pessoas a adquirem os seus produtos.
Foram essas vozes que me vieram à cabeça quando soube que a 20th Century Fox aceitou que o realizador Casey Neistat utilizasse a totalidade do orçamento para a promoção do novo filme "A vida secreta de Walter Mitty" para ajudar as vítimas do furação das Filipinas, ao invés de realizar um trailler comum.
A 20th Century Fox pediu a Casey uma campanha baseada no conceito "Vive os teus sonhos"; uma campanha que motivasse e inspirasse as pessoas a fazer algo que nunca tinham feito.
A resposta de Casey foi esta:
Se eu fosse supersticiosa, diria que hoje fui bafejada pela "sorte" da Sexta-feira 13. Ora vejamos:
De manhã, estou trinta minutos atrasada, o que equivale a perder três comboios. Mas para o atraso ser grandioso, tenho de ir mudar o carro de lugar que, ontem à noite, não ficou lá muito bem estacionado.
Carro devidamente arrumado, toca de ir a "correr" para a estação. Começa a chuviscar... Ora, chapéu-de-chuva... Não tenho! Única solução: pôr o capuz do kispo e rezar para que se mantenha aquela morrinha. Porém, é Sexta-feira 13 e se eu fosse supersticiosa diria que o azar estava à espreita! E porquê? - perguntam vocês. Porque começa a chover cada vez mais! Um percurso de sete minutos a pé tornou-se um verdadeiro inferno.
Completamente esbaforida, consigo apanhar o comboio. Penso para com os meus botões: "Ah, vinte minutos de sossego!". Começo a fechar os olhos e quando estou mesmo, mesmo a adormecer, começo a ouvir gritinhos e risos de crianças. Abro um olho. Vejo a entrar no comboio uma turma de crianças que não deveriam ter mais que cinco, seis, anos. Os miúdos estavam para lá de excitados e contentes: estavam a andar de comboio e iam ao circo. O caro leitor poderá concluir que "circo" foi naquilo que se tornou a carruagem.
Arrumei logo de parte a ideia de dormitar um bocadinho.
Saio do comboio, já só me faltava apanhar o metro e um pequeno percurso a pé, para chegar ao emprego. Assim que passo as cancelas do metro, pressinto algo de estranho. Oiço um qualquer bichanar sobre problemas na linha. Aproximo-me do placard informativo: "Linha Azul: devido a incidente com um passageiro, a circulação encontra-se interrompida. Não podemos prever quando será retomada".
Bonito serviço! Toca de ir a pé... Que é como quem diz: subir a Avenida da Liberdade toda, parte da Rua Alexandre Herculano, parte da Rua Mouzinho da Silveira e a Rua Braancamp. Tudo ruas com uma inclinação jeitosa, pavimentadas com a maravilhosa calçada portuguesa, e eu com saltos de 10 centímetros e (não sei se já vos disse) estava a chover e eu sem chapéu.
Mas a minha caminhada não começou sem antes fazer uma visita a uma loja que vende collants, pois tinha descoberto uma malha nas meias! Dirijo-me logo a uma funcionária:
- Bom dia! Queria uns collants castanhos opacos.
- Quer em caxemira, que são mais quentes? Olhe aqui.
- Não, obrigada. (Eu nem sequer sabia que havia collants nesse material. Só queria uns collants normalissímos).
- Sabe que temos uma promoção, se comprar 5...
- Só queria mesmo um par, obrigada.
- E não quer ver mais nada? Umas leggins com fantasia?
- (Sorrio) Não obrigada! Só mesmo estes collants.
E o que seria uma operação cirúrgica de entrar, pegar, comprar e sair, acabou por me atrasar ainda mais.
Lá começo eu a subir. A meio caminho, já estava de língua de fora e a morrer de calor. Porque, como é Sexta-feira 13, o universo alinhou-se para que trouxesse o meu casaco mais quente (de penas), num dia que nem está assim tão frio. Isto era o que eu pensaria se fosse supersticiosa.
Últimos dez metros. O meu estômago faz barulhos. Ah! Pois... Fiz tudo isto com apenas uma caneca de leite no estômago. A intenção de comprar uma sandes no caminho ficou esquecida nalgum lugar sombrio da minha memória. "Não vou voltar para trás e descer a rua, devem estar a brincar comigo!".
Chegada ao escritório: esfomeada, encalorada e com dores nos pés. Respiro fundo, preparo-me para dizer "Bom dia" ao meu chefe e para falar com ele sobre uma questão delicada. "Pézinhos de lã" eram necessários naquela altura.
A conversa pareceu mais "elefante numa loja de porcelanas".
Entretanto tinha passado por um espelho. O cabelo, que foi cuidadosamente esticado esta manhã, tão perfeito quanto a minha falta de jeito permitiu, parecia uma ovelha de tão encaracolado que estava. E não, senhores, não era um encaracolado bonito. Até laca lhe tinha posto, para que se aguentasse mais tempo, pois tenho um jantar logo.
Por falar em jantar... Logo é o jantar de Natal aqui do escritório. Ainda nem chegámos à hora de almoço e já vamos assim, nem quero imaginar o resto. Só peço que corra tudo bem, pelo menos no jantar, porque flops à frente dos chefes não é nada bom.
Resta-me desejar-vos uma boa Sexta-feira e um bom fim-de-semana.